Trago nesse texto alguns resultados do estudo “A educação não pode parar” do Comitê Técnico da Educação do Instituto Rui Barbosa com o Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede). O estudo mapeia iniciativas das redes durante a pandemia e o planejamento para a volta às aulas.
A amostra é formada por 249 redes de ensino, de todas as regiões do País, sendo 232 municipais e 17 estaduais. Os critérios para seleção das redes foram porte (maios n° de alunos) e nível socioeconômico dos alunos. Dados coletas entre maio e junho de 2020.
Como pode ser visto abaixo, 82% das redes municipais têm alguma estratégia para oferecer aulas ou conteúdos pedagógicos durante a pandemia; 18% não têm. Todas 17 redes estaduais analisadas disseram ofertar algum tipo de atividade não presencial no momento.
Principais práticas identificadas: uso do WhatsApp para comunicação entre Secretaria de Educação, escolas, professores, alunos e seus responsáveis; e também para envio de conteúdos curtos. Para quem tem acesso à internet: disponibilização de conteúdos em páginas on-line, criadas pela Secretaria de Educação, e em redes sociais (YouTube, Facebook etc.); utilização de plataformas, como Google Classroom, para videoaulas em tempo real.
Para quem não tem acesso à internet: entrega de conteúdos impressos na própria escola. Para aqueles com dificuldade em buscar, entrega nas residências, utilizando o transporte escolar ou carro próprio da Secretaria de Educação. Entre as que não estavam ofertando nenhum tipo de atividade, especialmente no Norte (imagem abaixo), há mais dificuldades das redes em elaborar estratégias.
Sobre a periodicidade com que são ofertados conteúdos para os estudantes, veja tabela:
39% das redes municipais dizem que estão ocorrendo ou já ocorreram formações para os professores desenvolverem atividades a distância com os estudantes; 61% afirmam que não. Das 17 estaduais, 14 declaram que ofereceram algum tipo de formação.
Veja na sequencia de tabelas abaixo: a preparação para as voltas às aulas; e a rede faz algo para combater o abandono escolar; se há planejamento para uma avaliação diagnóstica.
Essa última tabela mostra que a distribuição direta de alimentos nas casas dos estudantes é a estratégia mais usada para atender a Lei nº 13.987/2020 que autorizou durante a suspensão das aulas a distribuição de gêneros alimentícios adquiridos com recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).