Trago um pouco de história da instrução no século XX, em especial na sua segunda metade. Alguns dados desagregados por raça e sexo e uma pesquisa sobre a presença do preconceito racial no ambiente escolar.
A — no gráfico abaixo observamos a taxa de alfabetização entre homens e mulheres. Em 1940 a maioria da população era analfabeta, os homens estavam mais alfabetizados, no fim do século foram ultrapassados por elas.
B — há 50 anos (1970) 70% dos brancos estavam alfabetizados, entre os pretos eram pouco mais de 40%. Há 20 anos 90% da população branca estava alfabetizada, já entre os negros (pretos e pardos) esse número gira um pouco acima de 70%.
C — ainda sobre esses dados (gráfico das mulheres agora) ser pardo e negro não fazia (faz) diferença em relação ao acesso e conquista a alfabetização, daí as ações afirmativas atenderem a ambos os grupos.
D — há clara coincidência das fronteiras raciais e das fronteiras socioeconômicas no Brasil, mas há uma persistência dos padrões de desigualdade entre brancos e não brancos na educação que não se explicam apenas pelas questões econômicas.
E- a presença do racismo na escola é hoje bem documentada, esse trabalho do INEP de 2009 é muito bom e completo, sugiro que analisem a Tabela 23 da página 70 e vejam o grau de concordância dos atores com frases preconceituosas.
F — funcionários de escola, pais e alunos são os que mais concordam com frases como “Os negros são mais violentos, tem corpo melhor para trabalho braçal, se exibem mais, tem mais jeito para ser doméstica, costuma fazer mais baderna”, “brancos gostam mais de estudar”.
G — dados que justificam a implementação de ações afirmativas, da Lei 10.639/2003, das Diretrizes Curriculares para a Educação das Relações Étnico-Raciais e das Diretrizes para Educação em Direitos Humanos e outras normas que devem ser objeto de formação continuada e avaliação.
H — as imagens do fio e demais dados são desse trabalho do IBGE.