A Educação Profissional e Tecnológica (EPT) é um desafio para o Brasil. Dirigida ao trabalho, à produção da vida material, ainda é culturalmente desprestigiada, nossa herança escravocrata pesa. O Brasil ocupa um dos últimos lugares do mundo na oferta de educação profissional.
Enquanto nos países membros da OCDE têm-se, em média, 43% dos estudantes entre 15 e 19 anos matriculados em cursos técnicos, no Brasil esse índice é de apenas 8%. 71% dos estudantes com mais de 25 anos estão matriculados em cursos profissionais, no Brasil apenas 14%.
A visão histórica de que a educação profissional se dirige as camadas mais pobres e de que não traz retornos financeiros não procede mais. A renda per capita familiar dos estudantes de cursos técnicos é 11,7% superior ao dos estudantes do ensino médio regular (imagem abaixo).
Entre os egressos da Educação Profissional, a vantagem é ainda mais visível, com os técnicos recebendo salários 20% maiores do que os egressos da formação tradicional. Note na imagem abaixo que em todas regiões a renda per capita familiar dos egressos de cursos técnicos é superior, reflexo quiça de uma maior empregabilidade.
Apesar da relevância social, de sua dimensão estratégica (produtividade) e do recente incremento da oferta (Institutos Federais), ainda se sente o desinteresse brasileiro pela formação técnica, tanto na fragilidade das estatísticas quanto na priorização dos investimentos.
A fonte das imagens e inspiração desses comentários é esse estudo do INEP.