Uso de tecnologia na sala de aula

Com dados do PISA coletados em 2018, essa pesquisa sobre o uso de tecnologias nas escolas analisou respostas de mais de 340.000 estudantes em 51 países. Conheça essas novas evidências sobre o tema nesse texto.

O modo como a tecnologia educacional é usada e como é incorporada à experiência de aprendizado é fundamental para sua eficácia. Esses dados estão focados na extensão e intensidade do uso, não no contexto pedagógico de cada sala de aula.

Quais tecnologias estão tendo um impacto positivo nos resultados dos alunos? Qual é a quantidade ideal de tempo gasto no uso de dispositivos na sala de aula e nos trabalhos de casa? Como isso varia em diferentes países e regiões?

A pesquisa traz cinco descobertas importantes que ajudam a responder a essas perguntas e sugerem possíveis vínculos entre a tecnologia e os resultados dos alunos. Vamos a eles.

1 — O tipo de dispositivo tecnológico é importante — alguns estão associados a piores resultados dos alunos. Estudantes com aula com projetor e com computador com internet (laboratórios?) vão melhor do que os que acessam Laptop ou tablet (que parece ser nocivo). Veja na imagem.

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2 — A geografia é importante — a tecnologia está associada a melhores resultados dos estudantes nos Estados Unidos do que em outras regiões. A relação entre tecnologia e resultados varia amplamente por país e região.

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3 — Quem está usando a tecnologia é importante. Nas mãos dos professores ela está associada a pontuações mais altas do que quando nas mãos dos alunos. O uso exclusivo do dispositivo pelos alunos está associado a resultados significativamente mais baixos em todos os lugares.

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4 — A intensidade é importante e aqui o resultado surpreende: os estudantes que evitam a tecnologia completamente ou a utilizam intensamente estão se saindo melhor do que os que a usam de maneira intermediária.

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Na sala de aula, a quantidade ideal de tempo para gastar em dispositivos digitais é “nenhum” ou “superior a 60 minutos” (laboratórios?) por disciplina por semana em todas as regiões e disciplinas (essa é a quantidade de tempo associada aos melhores resultados dos alunos).

5 — O nível de desempenho atual de um sistema escolar é importante. Nos sistemas escolares de baixo desempenho, a tecnologia está associada a piores resultados. Sistemas bons e ótimos têm resultados mais mistos. Na Ásia, América Latina e Europa, os estudantes que passam algum tempo em dispositivos nas suas salas de aula de alfabetização e artes de linguagem têm um nível de ensino médio abaixo daqueles que não gastam nada. América do norte é diferente.

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Esses dados sugerem que várias abordagens são eficazes para sistemas bons e ótimos, mas sistemas ruins — que não estão bem equipados para usar dispositivos em sala de aula — podem precisar repensar se a tecnologia “de qualquer forma” é o melhor a fazer.

Conclusões

A tecnologia deve ser usada corretamente para ser eficaz, deve corresponder ao ambiente instrucional. É necessária uma curva de aprendizado dos sistemas e dos alunos. Eles precisam ter interação suficiente para usá-la efetivamente, a internet deve ser de boa qualidade.

Os melhores resultados são obtidos quando esforços significativos são feitos para garantir que os dispositivos e a infraestrutura sejam adequados ao objetivo da aprendizagem. Ter os professores treinados e com tempo para repensar os planos de aula também é fundamental.

À medida que os sistemas escolares começam a se preparar para o retorno à sala de aula , muitos perguntam se a tecnologia educacional deve desempenhar um papel maior na aprendizagem dos alunos além da crise imediata e como isso pode ser.

Esses dados não analisam nada semelhante ao ensino remoto ou a EAD, muito menos desautorizam seus usos no período de inatividade escolar. Importante não confundir os temas. Também cabe lembrar os limites dos dados do PISA, mais fotográficos (alunos de 15 anos em avaliações circunstanciais) que processuais.

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